Este milagre ocorreu após a morte de Santo Antônio.
Na cidade de Monopoli, perto do convento dos frades, quando
um jovem cavava a terra em profundidade, ocorreu um desmoronamento, que o
sepultou mortalmente. Entretanto, sua mãe esperava que o filho voltasse a casa.
Passando já da hora em que o filho devia regressar, saiu à procura daquele que
há muito tardava.
Vendo um menino perto do lugar onde o filho estivera a cavar
a terra, a senhora, preocupada, perguntou o que lhe tinha acontecido. O rapaz
respondeu: «Está debaixo da terra, que caiu em cima dele». Logo que isto ouviu,
a mãe começou a bater na face e a arrancar os cabelos; e, correndo para o
convento dos frades, gritava: «Correi, irmãos, correi, que a terra engoliu o meu
filho».
Ao ouvir os gritos, os frades acorreram com pás e outra ferramenta
e começaram a cavar onde a terra tinha caído. Entretanto, a mãe gritava sem
cessar: «Santo Antônio, restitui-me o meu filho!» Continuando a cavar,
afloraram primeiro os pés do jovem enlivescidos com o peso da terra, depois as
nádegas contusas. Outros, ao cavar com as pás, abriram três buracos no barrete
que o jovem tinha na cabeça e nem sequer lhe tocaram nela. Puxado da terra, o
rapaz estava vivo, embora contundido gravemente.
Perguntando os frades de que modo pudera sobreviver debaixo
da terra, respondeu: «O bem-aventurado Antônio colocou a sua mão sobre a minha
garganta». Ao ouvir esta declaração, os homens presentes renderam os devidos
agradecimentos a Deus e ao bem-aventurado Antônio. (Extraído da Legenda Raimondina, Capítulo XVI).
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