O protestantismo é um verdadeiro clube de divertimento e de
briga. Existe hoje o
foot-ball, basket-ball, volley-ball, etc. Existe também o bible-ball,
isto é, a bíblia feita bola (bible: bíblia) nas mãos dos protestantes, para se
divertirem e brigarem uns com os outros.
I. Saúde e moléstias
Cada seita protestante é necessariamente inimiga da Igreja
católica, como o erro é inimigo da verdade. Mas o que é pior para os
protestantes, é que cada seita é inimiga de outras - combatem-se, odeiam-se,
insultam-se, mordem-se, até não poder mais.
É briga de compadres. Se a Igreja interviesse na briga,
ah!... então todas se uniriam por política; dar-se iam dois dedos - não a mão
inteira, para atacar o inimigo comum.
Isto é natural: A
verdade é uma só, os erros são muitos; e todos os erros são opostos à
verdade, absolutamente, como a saúde é uma só, e as moléstias são muitas, todas
opostas a esta saúde.
Quando um cristão cai doente, as moléstias unem-se para
combater-lhe a saúde e tirar-lhe a vida. Uma moléstia é, muitas vezes, oposta à
outra; combatem-se até, mas para perturbarem a saúde única, todas combinam
admiravelmente e formam um exército, que, muitas vezes, dá cabo da ciência, da
boa vontade e dos esforços dos médicos mais afamados.
O protestantismo não é uma religião; é uma negação da
religião, como a doença é uma negação da saúde.
O protestantismo é uma moléstia; cada seita é uma doença; e
do mesmo modo que há muitas moléstias para destruir uma única saúde, assim também
há muitas seitas protestantes para atacar a única verdade católica.
Esta noção, muito exata, explica como as seitas vão se
multiplicando ao infinito.
Cada dia vemos surgir uma nova, como na medicina, cada ano,
vemos surgirem novas moléstias; praticamente são as mesmas, mas dá-se-lhe um
nome novo, uma túnica nova... prescreve-se um remédio novo e pronto: isto
chama-se o progresso.
Os antigos diziam que alguém sofria do peito; os sucessores
diziam que era tuberculose; os modernos dizem que é tísica; amanhã dirão que é
desagregação pulmonar.
Antigamente falava-se em febre
cerebral: hoje é meningite; - outrora sangrava-se do nariz: hoje a gente
tem uma epistaxe; a doença de olhos virou oftalmia, a dos rins, lumbago; os
humores frios, escrófulos; e catarro, coriza.
É a lei do progresso, em nome, pelo menos.
Outrora o inimigo de religião era ímpio, ateu, herege; hoje
chama-se protestante, socialista, bolchevista, comunista, etc. Não passam de
protestantes: todos eles, tais as moléstias que atacam a saúde, são erros que
protestam contra a verdade única: são protestantes.
E estes protestantes, conforme o erro mais saliente, tomam
nomes diferentes, como a moléstia, conforme o modo com que ataca um órgão, toma
nomes diferentes.
O estômago é um só, porém, conforme o mal que o perturba, a
sua moléstia é gastrite, gastralgia, indigestão, embaraço gástrico, hematêmese,
câncer, etc.
Os pulmões são um
único órgão, entretanto, o mal que os ataca pode ser bronquite, pneumonia,
pleurisia, tísica, congestão pulmonar, hemoptise, enfisema, asma, coqueluche,
etc.
Assim acontece com o protestantismo. É a negação do
catolicismo, como a moléstia é a negação da saúde. A Igreja católica é uma só,
como a saúde é uma só. A grande moléstia, conforme o órgão, ou a verdade católica,
que ataca, torna-se batistas, evangelistas, presbiterianos, metodistas,
sabatistas, adventistas, etc., etc. É todo um só, no fundo, porém um ataca o
batismo, outro, o domingo, outro, a eucaristia, outro, o papa, outro, as boas
obras e assim por diante.
São moléstias, filhas da grande moléstia protestante, tendo
todas um único fim: destruir a saúde ou a verdade.
Pouco importa o nome: é uma moléstia, basta. Toda moléstia é
ruim e arruína a saúde.
II. Briga de
compadres
Mas é tempo de assistirmos, por uns instantes, a uma briga
entre os presbiterianos e batistas. As duas seitas estão em
"campo". É interessante a briga dos dois compadres.
Escutem lá o resumo da briga feito por um protestante
"ex-presbiteriano, e hoje batista" do partido do bible-ball.
O documento foi-me enviado por um católico. Escutem isto:
"A igreja batista teve que passar, apesar de professar ter unicamente a
bíblia como plena regra de fé, e não ensinar doutrinas contrárias, repito, teve
que passar por duros e desconsoladores embaraços, quando, no ano de 1925, a
igreja presbiteriana, pelo seu órgão oficial "O Puritano", de 7 de
Maio de 1925, respondeu a um ataque feito pelo jornal batista contra um dos
seus ensinamentos e desafiou, ao mesmo tempo, a igreja batista, pela maneira
seguinte: "Nosso colega, "O Jornal Batista", há poucos dias...
deixou entrever o desejo de dar a esplêndida quantia de mil contos de réis por
um só caso de batismo de criança que fosse achado no novo testamento, de modo
positivo"...
"Se, pelo fato de não termos na Bíblia uma prova
absoluta para o batismo infantil, isto tira o valor da doutrina, diga-nos aqui
à puridade o bom do jornal “em que fica o colega com a guarda do domingo e não
do sábado?" Pode o colega mostrar no novo testamento ou em qualquer parte
da bíblia, de modo positivo, um mandamento para a guarda do domingo? Damos dois
mil contos de réis ao colega se no-lo apresentar".
Quanto à prova do batismo infantil, a igreja presbiteriana
não recebeu o prêmio oferecido de mil contos de réis porque não conseguiu
mostrar um só caso, dentro da Bíblia, de batismo de crianças.
E os batistas não receberam, tampouco, os dois mil contos de
réis oferecidos, porque não puderam e não podem achar, em nenhuma parte da
Bíblia, que o domingo haja sido guardado por qualquer servo de Deus, na velha
dispensação; e, na nova, por Jesus ou qualquer dos discípulos e apóstolos,
antes ou depois da morte e ressurreição do grande Mestre e Salvador".
III. 3.000 contos de
prêmio
Esta gente protestante possui rios de dinheiro! Os batistas
prometem 1.000 contos aos presbiterianos se estes últimos provarem, pela
bíblia, que uma criança pode ser batizada.
Os presbiterianos, mais ricos ainda, prometem 2.000 contos aos
batistas, se eles provarem, pela bíblia, que o sábado não é o dia do Senhor.
O caso é sério! É capaz de fazer lamber os beiços a qualquer
faminto. Verdade é que muito pobre é quem
não pode prometer. Eu também vou fazer um repto aos batistas e
presbiterianos, prometendo-lhes o prêmio de 3.000 contos. Prometer não custa
nada, como eles fazem.
E para ganhar estes 3.000 contos, não é preciso ser muito
sagaz, nem exegeta. Eu quero, apenas, que me provem, pela Bíblia, que a gente pode raspar a barba, porque leio no
Levítico (21, 5): "Não farão calva a
sua cabeça e não rasparão a ponta de sua barba, nem darão golpes em sua carne".
Isto é claro e positivo. Entretanto, vejo os pastores
protestantes, que deviam ser os sucessores dos levitas da Bíblia, andarem uns
calvos, outros acalvados, outros de barba raspada, empoados, perfumados, e até
com golpes de navalha na carne, o que é absolutamente proibido.
Eu acho que os bons e verdadeiros biblistas, como eu, deviam
deixar crescer a barba e o cabelo, e interdizer-se o uso de navalha. Isso, sim,
é que é bíblico.
Peço aos dois compadres brigadores examinarem bem as
Escrituras e citar-me o texto que retrata esta ordem do Levítico, de não cortar a ponta da barba.
Eu ofereço um prêmio de 3.000 contos. Vamos lá, caros
amigos, neste tempo de crise, por 3.000 contos, vale a pena gastar os dedos, saliva
e uma bíblia, para descobrir o passo pedido. 3.000 contos para os batistas e os
presbiterianos.
Estes 3.000 contos serão pagos imediatamente pelos 1.000
contos dos batistas e os 2.000 dos presbiterianos, que eu vou ganhar,
provando-lhes que ambos têm razão, um contra o outro, como uma moléstia tem
razão contra a outra; mas, que ambos andam errados em relação à saúde ou à verdade.
É como se os pulmões exigissem do estômago a prova de que
eles não têm razão de ser tísicos; e o estômago de provar, pela Bíblia, que
eles não têm razão de ter uma gastrite.
Ambos têm o mesmo direito, ambos matam o homem. Ambos os
protestantes têm também razão, mas matam a verdade.
IV. 1.000 contos dos
batistas
Os batistas querem uma prova de que se devem batizar as crianças?
Sim; eu também quero uma prova de que se pode cortar a ponta da barba.
Mas toda questão tem um lado positivo e outro negativo.
Não há, na Bíblia, um texto positivo; mas não haverá textos
negativos? Se não há uma ordem, não há também uma proibição.
Ora, in dubiis
libertas, dizem os teólogos. Não há ordem de fazer; não há proibição;
podemos e devemos agir neste caso como prescreve a autoridade legítima.
Os batistas têm razão: porque não há também proibição.
Ide, ensinai a todas as nações, diz Cristo, batizando-as em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19).
As crianças não pertencem então à raça humana? Não são uma
parte das nações? Se o são, podem e devem ser batizadas.
A Igreja católica, intérprete fiel da Bíblia e das tradições
dos primeiros séculos, adotou o batismo das crianças. Eis por que os batistas,
como bons protestantes que são, rejeitam-no.
Escute Dionísio Areopagita (do século II): É uma tradição que vem dos apóstolos, que as
crianças devem ser batizadas (Eccl. Hier. cult.).
Santo Irineu (do século II), diz também: Todos aqueles que são regenerados em Jesus
Cristo, isto é: crianças, jovens, velhos, serão salvos (Sup. S. Lucas).
São Cipriano (do século III), escreve por sua vez: Parece-me bem e a todo o concilio, que as
crianças sejam batizadas mesmo antes de oito dias (lev. III epist. Ad. fid.).
Tradições do século II, tão perto dos apóstolos, são
argumentos suficientes para resolver uma dúvida doutrinal.
Nenhuma prescrição positiva e nenhuma proibição existe. É
preciso, pois, recorrer à história e às tradições dos primeiros séculos para
ver o sentido das palavras batizar, todas as nações. É o que a Igreja
católica faz e pratica.
Quem tem razão? A Igreja católica só. Dê-me cá os 1.000
contos, caro batista, para pagar àquele que encontrar o texto pedido, que me dá
licença de raspar a barba, já bem comprida.
V. 2.000 contos dos
presbiterianos
Os presbiterianos, fundados pelo libertino e assassino Knox,
metem-se a cavalo sobre o texto da bíblia. O
sétimo dia será o sábado do descanso (Lv 23, 3).
Eles querem santificar o sábado, enquanto os batistas adotam
o domingo.
Entre eles os presbiterianos têm razão. Está na Escritura, e
tal ordenança não foi retratada por Deus: "Guardai o meu sábado, porque é um dia santo" (Ex 31, 14).
É lei, e lei positiva! Os presbiterianos têm, pois, razão
contra os batistas, e os batistas têm razão contra os presbiterianos.
Vejamo-lo bem. Somos nós cristãos ou judeus? Se os presbiterianos
são judeus, têm razão: O sábado é o dia do
Senhor (Lv 23, 3). Se são cristãos, não têm razão.
O domingo é o dia do Senhor, para os cristãos, por que Jesus
Cristo ressuscitou neste dia. A Igreja católica, seguindo os ensinos do
evangelho, interpretou muito bem a lei e os fatos.
A lei é que o sétimo dia seja um dia de descanso, o dia do
Senhor. Mas, para conhecer o sétimo dia, é preciso conhecer o primeiro.
Ora, eu queria que os amigos presbiterianos me mostrassem,
na Bíblia, que o domingo era o primeiro dia e o nosso sábado era o sétimo dia.
Procurem bem este texto, sim? Não encontrarão. A questão
resolve-se, pois, pelo primeiro dia, que deve ser o domingo.
VI. O sábado
A palavra sábado
não exprime o dia determinado da semana, mas, em hebraico, quer dizer:
cessação, repouso (shabath). Quando
deve ser este dia de repouso?
- O sétimo dia.
- E qual é o sétimo? Deus nunca o determinou. O que ele quer
é que, após seis dias, o sétimo lhe seja consagrado.
O sábado era o dia dos israelitas por três razões, que a Bíblia
assinala:
1) Em lembrança da criação: Em seis dias o Senhor criou o céu e a terra... e abençoou o dia do sábado (Ex 20, 11).
2) Em lembrança da libertação do Egito: O Senhor teu Deus te tirou do Egito... por isso te ordenou que guardasses o sábado (Dt 5, 15).
3) Como sinal de aliança entre Deus e o povo de Israel: Guardarão o sábado por conceito perpétuo
(Ex 31, 16).
Estas três razões, como se nota, são particulares aos
judeus, e como tais entram nas cerimônias, e não na dogmática, moral, ou
legislativo universal. Como tal, o sábado é, antes, uma convenção, que um
preceito positivo.
Uma palavra de nosso Senhor confirma esta interpretação: O sábado foi feito para o homem, e não o homem
para o sábado, diz ele (Mt 12, 12), mostrando deste modo que o sábado tinha
sido instituído para as necessidades espirituais e físicas do homem, e não como
preceito perpétuo.
Conhecendo um pouco de Bíblia e de exegese, ou arte de
interpretação, a questão resolve-se com toda a clareza.
Na lei antiga distinguem-se quatro espécies de preceitos: o
dogma, a moral, as cerimônias as leis nacionais.
Destes preceitos, só ficaram em pé no novo testamento o
dogma, completado por Jesus Cristo, e a moral, aperfeiçoada por ele.
Quanto às cerimônias, eram figurativas, e as figuras desaparecem
diante da realidade. As leis nacionais e locais, próprias dos judeus,
desaparecem igualmente, diante da legislação
universal do evangelho. Isto é certo e admitido por todos: católicos e
protestantes.
Agora urge saber em que categoria se deve colocar a
observação do sábado. Não pode haver discussão, se houver sinceridade.
O sábado não pertence ao dogma: e só indiretamente pertence
à moral. Deus quer um dia de descanso - isto pertence à moral... mas, qual é
este dia? Esta parte é cerimonial.
Ora, a parte cerimonial do antigo testamento, não confirmada
por Jesus Cristo, ficou abolida.
Como todos os outros preceitos da lei cerimonial, esta parte
começou a cair em desuso durante a vida do Salvador, e cessou pela sua morte,
tornando-se ilícita para os cristãos, desde que o evangelho fora bastante promulgado.
Desde então a sinagoga estava como que sepultada, e era
culpado quem observasse as legálias
ou lei cerimonial dos judeus.
VII. Ou tudo, ou nada
Sendo o sábado uma prescrição cerimonial, claro é que cai, e
pode ser substituído por outra lei, pela autoridade da Igreja. Sustentar o
contrário é completamente absurdo e ilógico.
De fato, querendo manter as prescrições cerimoniais, é
preciso mantê-las todas; não havendo razão de conservar uma e desprezar outra.
Os presbiterianos, que conservam a prescrição do sábado,
devem também conservar a circuncisão (Gn 17, 10), as neomínias ou dias lunares
(SI 113, 19), os sacrifícios (Lv 6, 14), os holocaustos (Lv 7, 8), as oblações
(Lv 2, 1), as libações (Nm 10, 1), a páscoa com suas cerimônias (Ex 14,), a
festa das primícias (Nm 28, 26), dos tabernáculos (Lv 23, 39), da expiação, com
o bode expiatório Azabel (Lv 16), sem falar em nenhuma das mil prescrições
particulares que dizem respeito ao jejum, às purificações legais, às carnes,
(Lv 3, 17; 11, 13; Dt 14, 21), o direito civil (Js 7, 14) e criminal (Dt 16,
18), empréstimos (Dt 15, 7), depósitos (Lv 6, 2), propriedades (Ex 21, 33),
salários (Lv 19, 13).
Por que, entre as múltiplas prescrições cerimoniais ou
nacionais, os presbiterianos conservam o sábado, só o sábado, e rejeitando todo
o resto?
A Bíblia é sagrada, ou não é? Se o é, deve ser aceita
integralmente; se não o é, então é preciso rejeitá-la completamente, pois não
tem mais autoridade.
Por que, meus caros presbiterianos, conservais o sábado e
rejeitais tantas outras prescrições de igual valor, até o preceito dado aos
levitas de não cortar a barba? Isto é
ilógico, é até absurdo.
Eis o bastante para provar que o sábado pode ser mudado,
como foram mudadas milhares de outras prescrições cerimoniais. Pode ser mudado
e foi mudado pela Igreja católica, por motivos justificados.
VIII. O domingo
A observação do domingo, na nova lei, não é prescrita, nem
pela natureza, nem por lei divina positiva, mas por lei eclesiástica, baseada
sobre o exemplo dos primeiros cristãos e a tradição dos apóstolos.
Vejamos agora a razão desta mudança. A razão é tríplice,
como tríplice é a razão da instituição do sábado.
1°) Para os judeus: lembrança
da criação. Para os católicos: lembrança da ressurreição de Jesus Cristo, que
é como que o termo da redenção.
2°) Para os judeus: libertação
do Egito. Para os católicos: libertação do pecado, que é a grande missão do
Salvador.
3°) Para os judeus: sinal
de aliança. Para os católicos: sinal de amor, representado pelo pentecostes
ou descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, o que se fez num domingo.
Esta mudança foi feita pelos próprios apóstolos, como no-lo
mostra o Apocalipse, onde o domingo é chamado dia do Senhor (Kyriaké heméra).
Os presbiterianos perdem, pois, o repto e o cobre. Dê-me cá,
caro amigo, os 2.000 contos, para eu pagar ao protestante presbiteriano ou
batista, que descobrir o texto que me permite cortar a barba.
1.000 e 2.000 contos perfazem 3.000 que eu prometi. Não se
esqueçam do texto bíblico: "Não rasparão
a ponta de sua barba" (Lv 21, 5).
3.000 contos de prêmio, a serem pagos pelos batistas e os
presbiterianos.
IX. Conclusão
A conclusão é aquela que coloquei na frente desta discussão.
Os protestantes fazem da Bíblia um verdadeiro jogo, e cada seita não passa de
um clube. É o bible-ball.
Dão pontapés na Bíblia, dão-lhe murros; é uma bola, e esta
bola tem que voar, para o lado que o mais forte empurrar: bible-ball.
Tomam um texto, interpretam-no a seu talante, e julgam possuir
a verdade. O batista empurra a bíblia no batismo de imersão. - O anabatista
chuta a bola bíblica, negando o batismo. O presbiteriano empurra a Bíblia para
o sábado; enquanto centenas de outros bolistas empurram-na para o domingo. É um
clube de bible-ball.
Como, acima destas brigas, destaca-se bela, solene,
majestosa, e divina, a Igreja de Jesus Cristo, fundada pelo Cristo, sobre São
Pedro. Ela não discute, mas, assistida pelo Espírito Santo, que prometeu estar com ela, até ao fim dos séculos
(Mt 28, 20), conserva integro e inviolável o tesouro divino das sagradas
Escrituras.
Com um cuidado infinito, ela compara os textos, manuseia os
originais, compara, consulta os antigos dos primeiros séculos, e apresenta a
seus filhos a verdade uma, santa, imutável dos seus dogmas e de sua moral,
sempre apoiados sobre a palavra de Deus escrita.
Pobres protestantes! Quando é que compreendereis que a
palavra divina está na Bíblia e não em vossas cabeças? Que a verdade da Bíblia
é objetiva e não simplesmente subjetiva? Que ela deve ser ministrada
por uma autoridade competente, infalível, e não pela cabeça própria de qualquer
ignorante?
Compreendendo isto, deixareis a seita vil e mentirosa a que
pertenceis, para seguirdes o estandarte glorioso de Cristo, que a imortal
Igreja católica, apostólica, romana, desfralda.
* Retirado da obra Anjo das Trevas, do Pe. Júlio Maria de Lombaerde.