terça-feira, 13 de dezembro de 2022

O QUE É UM PROTESTANTE

 


Pelo Pe. Júlio Maria de Lombaerde

A definição não é fácil, porque o protestantismo, pela sua divisão e sua adaptação a todos os erros, é uma heresia que muda de forma e de fundo, conforme a situação e os países onde se implanta.

O sábio Webster define-o, dizendo que um protestante é um cristão que protesta contra as doutrinas e Práticas da Igreja Católica. Querendo definir a seita de Lutero, o grande dicionarista não encontrou uma definição doutrinal positiva; caracteriza-a por uma aversão comum.

É que, como salientou o P. Leonel Franca, os descendentes de Lutero não são irmãos, são conjurados. A sua unidade é o avesso da unidade católica, é a unidade católica hostilizada.

A religião verdadeira é necessariamente uma coisa positiva, tendo dogma, moral e culto determinados e positivos.

É a nota distintiva da Igreja Católica o ter os seus dogmas positivos e divinos, o ter o seu culto majestoso e expressivo.

As outras seitas religiosas, embora falsas e de origem humana, possuem entretanto certo número de ensinamentos positivos que constituem um como fundamento dogmático; o protestantismo está muito abaixo de qualquer outra seita e não possui nada de positivo; é uma negação de tudo o que afirma a Igreja Católica.

Quando a Igreja católica diz: sim! o protestantismo diz: não. Quando Ela diz: não, o protestantismo clama: sim; de modo que o protestantismo é a negação da doutrina católica.

O protestante, como bem diz o nome por que é conhecido, é um homem que protesta.

Não se deve mais dizer: é um cristão; porque há protestantes que nem acreditam no batismo e não são batizados validamente, ficando simplesmente pagãos.

É um homem que protesta contra a Igreja Católica, contra o ensino de Jesus Cristo, e, por cúmulo, protesta contra a palavra divina, servindo-se desta mesma palavra.

Não acredita mais em Deus; só acredita na bíblia que ele torce, interpreta, rasga, ou adora, conforme os seus caprichos.

Para ele a bíblia não é mais um livro divino, cujo conteúdo é a expressão da palavra divina; é um ídolo, que ele consulta como os antigos agoureiros romanos consultavam o voo dos pássaros para conhecer a vontade divina, ou os astrólogos consultavam os astros para conhecerem o destino. O nome mudou; a coisa ficou.

Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros, como os gregos, o protestante consulta a Bíblia, dando ele mesmo, ao texto, o sentido de que precisa e que mais se adapta a seu capricho ou seu interesse.

Todo livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente, senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a morte, enquanto o espírito da interpretação autêntica dá vida.
 
É o que clara e energicamente exprime S. Paulo: A letra mata e o espirito vivifica (2 Cor 3, 6). E ainda: Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (Rm 7, 6). Os judeus estavam na velhice da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este espírito.

Como tal os protestantes não têm dogma, tornando-se destarte em vez de cristãos verdadeiros judeus. 

Porque o dogma exige uma verdade contida na sagrada escritura, e declarada autêntica pela autoridade competente.

O protestante tem a Bíblia (embora falsificada e truncada), porém não possui nenhuma autoridade superior, idônea para declarar uma palavra ter tal sentido, e exprimir tal verdade.

Não tem moral fixa, estável, porque basta crer e fazer a que quiserem, como diz Lutero, o que exclui toda moral.

Não tem culto público, porque o culto é a expressão da crença e sendo a crença individual, o culto igualmente deve ser individual.

Eis o protestante isolado, separado de tudo, sem dogma, sem moral, sem culto, sem autoridade, sem regra de fé firme. Nada de positivo nele... tudo é negativo: é um protestante: Isto é, um revoltoso, um crítico, um censor, um zombeteiro, que procura destruir sem nada edificar... que procura arrancar a fé católica, para substituí-la pela revolta, pela negação, pelo nada.

E como o protestantismo fica em pé? Tem um duplo apoio: a ignorância e a revolta. Nos pastores tem outro apoio: o interesse, a ganância, o lucro. 

Cada pastor é um aventureiro, um verdadeiro explorador, que procura viver e enriquecer-se à custa dos ignorantes.

Ele mesmo não acredita naquilo que ensina, porém é um meio lucrativo de cavar a vida, de garantir o futuro e deixar um pecúlio aos filhos.

Os protestantes dividem-se em duas categorias.

1º Os ignorantes, iludidos e enganados pelos finórios que se intitulam pastores. 

2º Os pastores, enganadores, por interesse, verdadeiros mercenários que enganam para ganhar a vida. 

Os primeiros são vítimas, dignos de compaixão. Os segundos são uns tratantes sem consciência, que, para ganharem a vida, perdem as almas dos incautos.

Dos primeiros, Deus terá talvez misericórdia: para os segundos só pode ter anátemas, como os que dirigiu aos fariseus de seu tempo: Ai de vós, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito... e depois... o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós (Mt 23, 15).

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