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A Caída dos Condenados, de Peter Paul Rubens (1620). |
S. Afonso Maria de Ligório
Considera como o Inferno não tem fim: sofrem todas as penas e todas são eternas. De modo que passar-se-ão cem anos daquelas penas, mil anos, e o Inferno estará começando. Passar-se-ão cem mil, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos e o Inferno estará sempre em seus começos. Se um anjo levasse a um danado a notícia de que Deus queria tirá-lo do Inferno depois de haver passado tantos milhões de séculos quantas fossem as gotas de água, as folhas de todas as árvores frondosas, os grãos de areia do mar e da terra, vós ficaríeis espantados; mas a verdade é que ele (o danado) teria uma alegria tão grande que vós não o superaríeis se recebêsseis a notícia de ter ganhado um reinado. Sim, pois o danado diria a si mesmo: É verdade que muitos séculos terão que escoar-se, mas chegará um dia em que eles acabarão...
Mas, ao contrário, este fim não chegará jamais; passar-se-ão todos estes séculos e o Inferno de novo, começará; multiplicar-se-ão estes séculos pelos números de grãos de areia, das gotas, das folhas e, mesmo assim, o Inferno começará outra vez. Todo danado faria, com Deus, o seguinte pacto: "Senhor, acrescentai à minha pena o quanto quiserdes, basta que haja um termo e ficarei contente". Mas não, este termo jamais existirá. Se ao menos o danado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo:
"Quem sabe um dia, Deus terá piedade de mim e me tirará do Inferno!". Não, o danado verá sempre, diante de si, a sentença de sua danação eterna e, então, dirá: "De maneira que todas estas penas que agora padeço, não terão nunca fim? Nunca?". Durarão para sempre, sempre... Ó nunca! Ó eternidade! Ó Inferno! Como? Os homens creem na tua existência e mesmo assim pecam e seguem vivendo em pecado?
Meu irmão, presta atenção, pensa que ainda mereces o Inferno, se pecares. Já arde sob teus pés esta horrenda fornalha; e neste momento em que estás lendo, quantas almas nela estão caindo? Pensa que se tu lá chegares, não mais sairás. E se algumas vezes já mereceste o Inferno, agradece a Deus por lá não estar; e depressa remedia o quanto puderes; chora por teus pecados; leia este ou outro livreto de espiritualidade, todos os dias; aumenta tua devoção a Maria com o Santo Rosário diariamente e com o jejum todos os sábados; resiste às tentações chamando frequentemente por Jesus e Maria; foge das ocasiões de pecar; se Deus te chama a deixar o mundo, faze-o, deixa-o; cada coisa feita para escapar de uma eternidade de penas é pouco, é nada. "Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas" (S.Bern). Não há cautela bastante para nos assegurar a vida eterna. Veja quantos anacoretas, para escapar do Inferno, foram viver em grutas, em desertos... E tu, que tantas vezes mereceste o Inferno, o que fazes? Que fazes? Cuidado para não te danares. Entrega-te a Deus. "Maria, ajudai-me".
Retirado de “Máximas Eternas – meditações para cada dia da semana”.
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Cf. ainda:
Tão necessário para a nossa salvação esses textos, nos mostra a verdade sobre o inferno.
ResponderExcluir"Lembra-te de teus novíssimos, e não pecarás jamais" (Eclo 7, 40).
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